“… Mas o sal, nas salinas, é mais:
Obra de arte geométrica
Concebida pela ação dos homens
Obra viva, inacabada, faminta…”
Trecho do poema “O sal da Terra”
Cláudio D. C. Leal, membro da Academia Cabo-friense de Letras
Resgatar o Valor das Salinas e Preservar o Patrimônio Cultural - É da história e configuração dos campos das salinas que a concepção do projeto arquitetônico para o Concurso Nacional de Arquitetura do Centro Cultural de Eventos e Exposições da cidade de Cabo Frio nasce. Resgatar a história da exploração e comercialização do sal, iniciadas no século XVI e ainda remanescentes em alguns pontos da região, é recuperar a atividade responsável pelo desenvolvimento da cidade. Como sabido, o sal é considerado pelos historiadores como um elemento agregador da Humanidade, e, no caso de Cabo Frio, foi ele que impulsionou a economia da cidade, fazendo crescer seus portos, sua população e a sua vida social e cultural.
Para atender à necessidade da construção de um centro cultural, nada mais adequado do que dar uma identidade a este edifício, de forma a marcar o trabalho das gerações passadas e garantir que a população atual e futura tenha ciência do trabalho que foi responsável pela consolidação urbana do local. Assim, o partido busca uma relação com a atividade salineira para fazer do edifício mais do que um marco na paisagem, mas um monumento de registro da cultura da região.
Tal como exalta Cláudio D. C. Leal em seu poema, a proposta busca resgatar a obra de arte geométrica dos campos das salinas na concepção das formas presentes no edifício e também no piso térreo. Além disso, o projeto relembra a ação dos homens não só na construção do centro cultural, mas principalmente na apropriação de seus espaços.
Assim, como Leal menciona, a obra vai continuar viva, porém inacabada uma vez que para atingir o objetivo comum da arquitetura ela só se completa com a presença humana e, por faminta, entende-se a necessidade de um centro cultural para “alimentar” com cultura e história a população local.
Ano 2014 Área 2500m²