Classificado em 7º lugar e premiado com Projeto Destaque
Em função do Concurso Nacional para o projeto de arquitetura de adaptação do edifício da Biblioteca da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo – USP, em São Paulo, foi proposto a reforma de parte do edifício da biblioteca, Anexo IV, da faculdade, que foi pioneira no ensino jurídico do Brasil e tem uma historia importante de representação ativa na formação do sistema jurídico nacional, e consequentemente, no comportamento de cada cidadão. A reforma do Anexo IV é de extrema relevância para possibilitar o abrigo de todo o conhecimento físico adquirido durante os anos.
A função deste novo edifício vai além de seu objetivo direto, biblioteca, representando uma intervenção urbana que apoia a revitalização e a valorização do centro velho da cidade.
A busca deste projeto era melhorar e criar espaços novos de interação e percepção para seus usuários, que fossem atrativos e que exercessem sua função.
Nesta proposta os livros são os protagonistas dos espaços, eles aparecem como destaque em todos os lugares, atraindo também quem resolve apenas passar rapidamente pela frente do edifício.
O edifício se abre para a cidade através do térreo com pé direito alto e convida seus interessados a adentrarem e usufruírem deste contexto acadêmico, atraídos pelos livros que já aparecem desde a chegada através de uma caixa de vidro, posicionada dentro de um novo vazio que permeia todos os andares da biblioteca e armazena parte do acervo. Este se torna um elemento forte no conjunto que puxa o olhar neste mesmo sentido até encontrarmos novamente o ambiente externo através do vazio na cobertura.
Este novo elemento em destaque criado dentro de edifício apelidamos de “cérebro”, pois assim como o nosso (humano), este também se preenche de conhecimento ao longo dos anos, os livros. Então é dentro deste espaço que consideramos a durabilidade desta proposta para mais 50 anos de existência.
Hoje, dentro deste volume estão previstos espaços de leitura e algumas estantes, que com o passar do tempo, outras novas vão aparecendo e isso vai se preenchendo e ocupando seu espaço até este ser tornar “adulto”.
A ideia de um elemento que sofre esta mutação ao longo do tempo e que pode ser visto de diferentes maneiras quebra a monotonia do edifício, deixando-o vivo, de certa forma. Dentro desta peça central existe uma circulação vertical que permite os usuários desfrutarem da biblioteca livremente “imersos” nos livros, deixando-os participar de toda esta história.
Os vazios cortam todo o conjunto no sentido vertical em dois momentos, permitindo que este novo volume central se solte em relação ao existente, diferenciando harmonicamente as duas fases do edifício, além de permitir um maior contato com o ambiente externo, mesmo que no centro do prédio, levando mais ventilação e iluminação.
O andar do subsolo se abriu através de um vazio em relação ao restante do conjunto e passou a interagir com toda a biblioteca, deixando-o mais atrativo e confortável, permitindo que independentemente do uso se torne possível participar do restante da dinâmica do edifício, sem atrapalhar.
Ano 2013
Área 8.000m²